A estratégia dos Estados Unidos contra o narcotráfico na América Latina entrou em nova fase. Desde a volta de Donald Trump à Casa Branca, Washington reforçou operações militares no Caribe, apontando diretamente o regime de Nicolás Maduro como cúmplice de cartéis internacionais.
Em agosto, três destróieres norte-americanos — USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson — foram deslocados para águas próximas à Venezuela, acompanhados por submarinos, aeronaves e cerca de 4 mil fuzileiros. O Pentágono afirma que o objetivo é interceptar rotas de tráfico de drogas, especialmente ligadas ao chamado Cartel de los Soles, organização que, segundo autoridades dos EUA, envolve militares e integrantes do governo venezuelano.
Trump também elevou a recompensa pela captura de Maduro para US$ 50 milhões, acusando-o de liderar um “narco-Estado”. Caracas reagiu mobilizando 4,5 milhões de milicianos e denunciou o movimento como tentativa de “golpe disfarçado”. O governo venezuelano ainda reforçou alianças com Rússia, Irã e China para contrabalançar a pressão americana.
Enquanto isso, a Guarda Costeira dos EUA anunciou a maior apreensão de drogas já feita por suas forças marítimas: mais de 34 toneladas de entorpecentes, avaliadas em cerca de US$ 473 milhões. Parte significativa da carga teria origem em rotas associadas à Venezuela.
Analistas avaliam que a escalada militar pode aumentar a instabilidade na região. De um lado, os EUA buscam enfraquecer financeiramente o regime de Maduro. Do outro, o presidente venezuelano utiliza a retórica de resistência ao “imperialismo” para mobilizar apoiadores e consolidar poder interno.
