O ex-ministro da Justiça e agora ex-presidenciável Sergio Moro declarou, em entrevista à CNN nesta quarta-feira (20), que pode “não concorrer a nada” nas Eleições 2022 — decisão que se encontraria com seu desejo de atuar em prol da construção do “centro democrático”, afirmou.
“Me coloquei numa situação de desprendimento para a união nacional, para vencer extremos. Não está descartada nenhuma situação, posso inclusive não concorrer a nada. Não vivo da política, estava fora do Brasil e voltei para ajudar na construção de algo que possa vencer extremos políticos”,
disse o ex-juiz.
Moro ainda explicou que a retirada de seu nome da pré-candidatura à Presidência da República, causada após saída do Podemos para o União Brasil e a definição de Luciano Bivar como nome do partido para disputar o Planalto, se deu após avaliação de que “somente com capital político” a eleição não estaria resolvida.
“O União Brasil definiu o Luciano Bivar como pré-candidato à Presidência e a partir daí tenta construir esse centro, para que ele possa chegar junto com forças, com estrutura partidária, tempo de TV, recursos financeiros”, continuou. “Eu vim para ajudar a construir esse centro. Qual vai ser o meu papel, isso é algo que está em definição”.
“Eu somente com meu capital político não daria certo, daí a necessidade de fazer um movimento. Todo mundo cobrava dos candidatos da terceira via esse desprendimento. Ninguém recuava e fazia nada, e essa situação permanece. A gente tem que construir algo diferente”,
opinou.
Mesmo assim, Moro rejeitou a ideia de que tenha “desistido” oficialmente da candidatura, dizendo que seu objetivo principal é de “gerar condições necessárias para vencer a polarização”.
A saída do Podemos, afirmou, se deu como um “movimento necessário” para “um projeto político maior”, explicou, apesar de também lamentar “os dissabores” causados ao partido pela saída repentina.
Durante a entrevista, Sergio Moro também disse ter percebido, no exterior, que há uma “preocupação grande com o Brasil”:
“Tem alguns que acham que, pela guerra, o mundo vai se dividir em blocos das autocracias e das democracias. O que mais me chamou a atenção é que muitos colocam o Brasil do lado das autocracias”,
afirmou.