A Comissão de Educação do Senadoaprovou, nesta quarta-feira, 27, um convite para que o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub preste depoimento sobre supostas irregularidades no Ministério da Educação (MEC).
A pasta foi envolvida em denúncias de tráfico de influência de dois pastores na destinação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia ligada ao MEC, a determinados municípios.
A Polícia Federal, o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU) investigam a atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, suspeitos de cobrar propina de prefeitos para liberar recursos da pasta. Prefeitos já confirmaram na comissão a atuação dos pastores.
Recentemente, Weintraub afirmou que recebeu ordem do presidente Jair Bolsonaro (PL) para “entregar” o FNDE ao centrão. O órgão é presidido por Marcelo Lopes da Ponte.
“Weintraub afirmou, ainda, ter entregado à Polícia Federal e ao Ministério Público uma série de documentos que podem comprovar ou revelar indícios de irregularidades na Educação. Os fatos narrados são gravíssimos e cabe a este Parlamento a apuração com rigor dos eventos, o que só será possível com o comparecimento pessoal do ex-ministro em questão para prestar os devidos esclarecimentos”, afirma o requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
A comissão iria ouvir três pessoas nesta quarta-feira, mas elas não compareceram. O prefeito de Centro Novo (MA), Júnior Garimpeiro, chegou a confirmar o depoimento, mas enviou um e-mail de última hora informando que o horário da audiência fora alterado e que, dessa maneira, ele não poderia participar.
Os parlamentares também tentaram ouvir a ex-assessora da Câmara dos Deputados Nely Jardim, apontada por prefeitos como uma “assistente” dos pastores acusados de cobrar propina, e o empresário Darwin Einstein Lima, mas ambos não compareceram.
Diretores do FNDE, atual ministro da Educação, Victor Veiga, e a chefe do cerimonial do MEC, Vanessa Reis Souza, poderão ser convocados.