O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, afirmou nesta quinta-feira (26) que a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) precisa esclarecer os fatos sobre a operação policial na Vila Cruzeiro, zona norte da capital fluminense.
Durante a ação, que resultou em confronto e troca de tiros, diversos bandidos foram mortos, e pelo menos 15 eram considerados suspeitos de integrar facções criminosas e o tráfico de drogas. Uma moradora da região de 41 anos também foi atingida e morreu.
“Eu, tendo em vista a posição em que se encontra o Supremo Tribunal Federal, achei por bem não polemizar com a Polícia Militar. A Polícia Militar deve satisfações. Estou aguardando essas satisfações”,
avaliou Fux.
As declarações foram proferidas na abertura da sessão de julgamento. Depois do pronunciamento de Luiz Fux, o ministro Gilmar Mendes criticou a violência policial no Rio de Janeiro, rebateu críticas ao STF e citou decisões da Corte que beneficiaram financeiramente a região.
“E com palavras de autoridades locais atribuindo ao STF a responsabilidade por essa tragédia que nós sabemos que é um problema estrutural. Todos nós fazemos votos que esse quadro seja superado, mas sabemos também que se o estado do Rio hoje goza de alguma saúde financeira, isso se deve à parceria com esse tribunal. Do contrário, certamente teria colapsado em termos financeiros. É preciso que as coisas sejam ditas com muita clareza e sejam vistas com perspectiva isenta. Em um momento tenso que vivemos, devemos contribuir para a superação das crises e não apontar culpados e bodes expiatórios”,
disse.